“Aqui é uma área reservada para o modelismo e utilizada para isso todos os dias da semana”. A frase de Bene Rodrigues, coordenador do Clube Escola de Modelismo, expressa bem o espírito do espaço localizado no Ibirapuera. As mais de 1.300 crianças atendidas por mês, atualmente, nem imaginam as mudanças que a chegada do programa da Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação proporcionou ao local
e aos envolvidos nas cinco modalidades oferecidas, após um ano e três meses de
administração.
O Clube Escola de Modelismo funciona há pouco mais de um ano em uma área já usada para a prática da modalidade, mas que sofria com o descaso de autoridades e da população, além da ocupação ilegal. Bene diz que, hoje, a situação é outra.
“Temos salas de aula e banheiros limpos e recém-pintados. Ninguém mais mora ou consome drogas por aqui, tem jardineiro tratando do gramado e tudo é muito bem cuidado. Nossa chegada mudou bastante as coisas por aqui”, conta.
Clube Escola de Modelismo atende escolas públicas e particulares, ONGs e grupos especializados no trabalho com deficientes. As visitas são realizadas em dois dias durante a semana, de manhã ou à tarde. Danielle Vieira Coutinho, aluna da 5ª série A da escola estadual Barão Homem de Melo, explica: “A gente saiu da escola, chegou aqui e já foi direto para a sala. Eles passaram um vídeo explicando como fazer nossos carrinhos.
Depois nós conversamos um pouco e fomos pintar as miniaturas”. Nos finsde semana, as dependências seguem abertas para o público em geral.
“O modelismo é um esporte lúdico em que as crianças aprendem valores relacionados à pratica esportiva por meio da construção de seu próprio brinquedo.” – explica o professor Ricardo Rodrigues.
“Eles chegam sem saber o que vão fazer, inseguros. Mas basta dar um pouco de carinho, fazer uma piada ou outra, que eles se soltam e desenvolvem bem os modelos”, relata Alfredo Eleutério Filho, expondo um pouco o lado do trabalho social necessário para a inclusão das crianças no programa que conta com aulas de aeromodelismo (aviões), ferreomodelismo (trens), nautimodelismo (barcos), automodelismo (carros) e plastimodelismo (miniaturas em plástico).
Toda a transformação do espaço, da modalidade e dos profissionais envolvidos
segue um só rumo, segundo Bene:
“Todo o ambiente limpo, o respeito, os valores passados pelo programa e pelo
esporte servem de exemplo para que as crianças se tornem cidadãos mais atuantes
e encontrem uma forma de ajudar o próximo, assim como nós os ajudamos
aqui no Clube Escola. Todo mundo pode fazer alguma coisa, e essa foi a forma
que eu encontrei”.
FONTE:
Caderno: Diário Oficial Cidade de São Paulo Data de publicação: 28/09/2010
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